Talvez não existisse apenas uma melhor amiga, ou talvez todas aquelas definições fofas e meigas não pudessem se encaixar em uma pessoa só, não em todo e qualquer momento ou assunto. Talvez a cama fosse a melhor amiga daquela garota - era o lugar onde ela chorava e sonhava. Talvez fosse o chocolate, que a reconfortava quando as coisas não iam bem, e aumentava ainda mais sua felicidade nos momentos de comemoração. Talvez fosse o seu caderninho vermelho, que cabia em qualquer bolsa e já tinha passado por tantas mãos e canetas. Não era um diário; não, não mesmo. Era apenas um caderno de textos, que guardava solene, em palavras intricadas e sentimentos subjetivos, todo o seu mundo, suas sensações, seus desejos e aflições. Talvez as esperanças e dúvidas se apagassem com o futuro, se esquecessem no passado, assim como a cama, os chocolates e o caderninho vermelho. Mas ela sabia que, no momento em que precisasse deles novamente, eles estariam lá.
O amor precisa ser livre. Se não for, simplesmente não será amor. O amor precisa ser livre como passarinho. Precisa poder voar. Precisa ter a liberdade de construir outro ninho. O amor precisa ficar porque quer estar. Não adianta muito ficar apenas porque as asas cortadas já não conseguem voar. O amor precisa ser livre - no início, no meio e no final - para que continue sendo amor, não posse. Precisa ser livre para poder se transformar, sem se prender em amarras. Só o amor livre consegue se transmutar em outras formas de gostar. O amor precisa ser livre, ainda que seja para voarmos para longe dele. É preciso perceber a hora de pousar, mas também a de ir embora. O amor livre é aquele que se alegra com os grandes voos do outro, mesmo que os ventos levem para outros caminhos. Gosto da metáfora do amor-passarinho: dos voos, dos ninhos, da beleza de poder ir, da sinceridade do querer ficar, da independência de conseguir planar sozinho. Meu amor-passarinho vive d
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