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Mostrando postagens de setembro, 2019

Não vá com calma

Ei, menina. Você mesma, questionando seu jeito de viver e de lidar com os outros. Não questione tudo isso tantas vezes, não. No fim das contas, você fica doida de pensar e se perguntar, e os outros nem se importam com o que vão te falar. Você já foi taxada de intensa demais? Faz parte. A maioria das pessoas prefere se manter na superficialidade. Ainda assim, não mude seu jeito pra tentar se enquadrar nesse padrão que não te pertence. É a sua essência. E é linda. Um dia, nesses esbarros loucos que a vida dá, você acaba se encontrando com gente tão intensa quanto você. Prepare-se para a explosão desses momentos. Mas enquanto isso, nesses desencontros casuais, não aceite tantos "vá com calma" alheios. Vá na sua velocidade. Vá pelas batidas do seu coração. Vá com alma e vontade. Deixa essa preguiça de ser feliz pra quem não tem coragem. Menina, tem algo de mim em você. Nesse não saber o que fazer, não saber o que querer, não saber como ser. Tem algo de muito indeci

Te levo comigo

   Guardo uma foto nossa na carteira. Aquela que tiramos na cabine do shopping, que não percebemos o momento exato que iria disparar e saímos despreparados, rindo, olhando um para o outro, naturais, do jeitinho que a gente era mesmo.    No início, não tive coragem de tirar da carteira. Queria ter um pedaço de você guardado, ainda que você não estivesse mais comigo. Morria de saudades e queria me agarrar a qualquer coisa que pudesse me lembrar de nós. Foi uma fase estranha e meio desesperadora, mas necessária. Precisei passar por ela para aprender que até as piores sensações passam, e para também aprender a não deixar que coisas menores me desesperem.     Depois, acabei esquecendo. A foto foi ficando lá, virada de costas, para não estragar. E quando eu abria a carteira, não via. Ela existia sem que eu me desse conta. O tempo foi passando. O coração foi sarando. Fui me distraindo, me ocupando. Fui te ressignificando. Naquele momento, talvez não houvesse tanto sentido em a foto

É hora de dar tchau

Quando eu tinha um ano, Teletubbies começou a ser exibido no Brasil. Eu amava. Ficava no sofá assistindo e, quando o solzinho aparecia e dizia que era hora de dar tchau, me acabava de chorar. Eu chorava tanto, que meus pais criaram uma nova estratégia: compraram fitas cassete e iam gravando os episódios enquanto passavam. Quando o solzinho aparecia e eu já ia começar a chorar, tudo começava de novo. E isso se repetia por vários dias. Talvez por isso eu não tenha aprendido a dar tchau. Para mim, as coisas pareciam que iam continuar, se ninguém se mexesse para mudar. Cresci e aprendi a lei da inércia. Parecia que tudo fazia sentido. Mas também existe o atrito. E as reações químicas. E a relatividade. E o tempo. É. O Tempo. Para quem já escrevi tantos textos. Com quem teimo em lutar. Sobre o que fico refletindo sem parar. O tempo é o maior anti-inércia que existe. Ele muda tudo. Independente de querer, fazer, tentar. É preciso muito esforço para, com a passagem do tempo, não muda

Helena amava conversar

Helena era daquelas meninas doces: gostava de jujubas coloridas, filmes melosos e textos românticos. Acreditava que a vida podia ser linda, e gostava quando conseguia combinar seus vestidos esvoaçantes com o azul do céu aberto. Ela tinha um pouco a cabeça nas nuvens: sempre achava que as coisas podiam ser melhores, que as experiencias podiam ser mais bem vividas, que as pessoas tinham as melhores das intenções. Helena sempre acreditava na bondade dos corações. Era uma dessas meninas que, quase sempre, andava com um sorriso no rosto. Se não cumprimentasse com um "bom dia" animado, algo estava errado. Ela gostava de falar gesticulando: contava histórias com a emoção de quem tinha vivido, e com detalhes que poderiam formar um livro. Cada cena tinha um contexto, uma emoção, a descrição de uma expressão. Quem ouvisse poderia até sentir a sensação.  Helena gostava de conversar: se conectar, ouvir, falar. Achava que algumas das melhores experiências vinham das conversas.

É preciso ter coragem

A gente precisa ter coragem para tomar decisões. Fazer escolhas é abrir mão de todas as possibilidades que os outros caminhos oferecem - e que a gente não sabe se, caso fossem escolhidos, elas se concretizariam ou não. A gente precisa ter coragem para saber o que quer, para dizer o quer, para correr atrás do que quer, e para parar de correr atrás de quem não quer. A gente precisa ter coragem para saber dizer sim e não. Precisa ter coragem para saber ouvir sim e não. E precisa, mais ainda, ter coragem para enxergar sim e não quando alguém devia, mas não teve coragem de dizer. É preciso coragem para dizer palavras duras, quando elas devem ser ditas. É preciso ter coragem para dizer palavras doces, quando elas devem ser ditas. É preciso sabedoria para dizer palavras duras de forma doce, quando não há como não dizê-las. É preciso ter coragem para se abrir de novo. É preciso ter coragem para se permitir viver. É preciso ter coragem para sentir o que a vida tem a oferecer. Mas