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Mostrando postagens de junho, 2017

Toda noite de insônia eu penso em te escrever

   Eu amava ouvir sua voz. E também amava ler suas mensagens e imaginar que estava ouvindo sua voz. Adorava o jeito que só você me chamava, as brincadeiras que só você entendia, as conversas que só a gente tinha. Eu escrevi tantos textos sobre você, e quase nenhum deles você chegou a ler. Tantas coisas eu pensei em te dizer, e você já não estava mais aqui para escutar.    Você sabe que eu costumo dormir fácil. Quando a aula está chata, quando o caminho é longo, quando ainda há dez minutos antes do próximo compromisso. Eu mal fecho os olhos e já estou dormindo. Mesmo assim, andei tendo umas noites de insônia, uns sonhos perturbados. Em quase todas elas, pensei em te escrever. Pensei em te contar da nova receita que eu aprendi, daquela minha amiga que terminou com o namorado babaca, da faculdade que anda uma loucura. Às vezes eu nem tenho nada para falar, mas ainda vem à cabeça aquele hábito antigo de pegar o celular, escrever nem que seja apenas “olá”.    Toda noite de insônia eu v

Eu vou dizer Adeus

   Alguns marcos são importantes na vida para redefinir fases. Nessa nova fase que está chegando, eu vou dizer um adeus provisório e dolorido a muita gente que eu amo. Já consigo imaginar meu coração transbordando amor em forma de lágrimas, que vão descer e molhar o meu sorriso aberto. É que não vai ser “adeus”, mas apenas “até logo”. É que vai ser por um motivo ótimo.    Esse marco também está me fazendo dizer adeus a outras coisas. Dei adeus ao stress com coisas pequenas. Dei adeus à inquietação pelas coisas que não posso mudar. Dei adeus à conformação com as coisas que posso. Estou dando adeus à vergonha sem sentido que vive a me prejudicar. Estou dando adeus a reflexões que só fazem me preocupar.    Fez bem dizer tchau para umas pressões e repressões que vivem dentro de mim. Está fazendo bem me sentir mais leve e mais solta das amarras que me prendiam dentro da própria cabeça. Eu disse adeus para o que as pessoas vão pensar de mim. Importa o que eu mesma penso. E, agora,

Eu queria ter um corpo ideal

   Eu queria ser mais alta. Queria ter coxas definidas. Queria ter uma barriga chapada o tempo todo. Eu queria ter um cabelo que eu não precisasse nem arrumar antes de sair. Queria ter olhos azuis como o mar e um nariz fininho. Queria ter sobrancelhas sem falhas e levemente arqueadas. Eu queria ter mais cintura, queria ter seios maiores, queria ter músculos mais durinhos. Eu queria ter um corpo ideal, desses que aparecem nas capas de revista e nos filmes de Hollywood. Desses que digital influencers exibem no Instagram.    Eu visto 36, e já cansei de ouvir "aqui não tem roupa para você", porque meu tamanho é pequeno para boa parte das lojas. Eu tenho um thight gap que é obsessão entre as meninas europeias. Eu sou três centímetros mais alta que a média da mulher brasileira, e a minha barriga sai chapada em várias fotos do meu Instagram. Eu estou dentro do padrão que as pessoas, a mídia e a moda escolheram determinar como bonito ou aceitável. Por que, mesmo assim, conti