Finais não são felizes. A gente não está num conto de fadas ou numa novela, em que o simples fato de chegar o final faz com que os vilões morram/sejam presos/desapareçam, as mocinhas casem e engravidem, e os figurantes simplesmente sorriam. Não. Aqui, os finais sempre carregam uma tristeza, uma saudade antecipada, uma vontade de voltar atrás, um quê de culpa, um pedido de desculpa. Finais podem até ser leves, mas sempre haverá um lado da balança para quem pesará mais. As lágrimas, as mágoas, as expectativas frustradas. Finais são duros, difíceis de serem engolidos, amargos. Finais machucam, mas finais libertam.
Finais substituem a angústia da incerteza sobre o que está acontecendo - ou o que já não está acontecendo mais - pela certeza da tristeza de que acabou. E, depois que essa tristeza deixar as lágrimas caírem, o coração acalmar, a saudade toma o seu lugar. Porque os finais vão embora e mesmo assim deixam tanto de si, que é difícil não lembrar. Mas até a saudade, uma dama descontrolada e louca, um dia decide que é hora de descansar. Vai se recolhendo aos poucos, discreta, e em algum momento simplesmente já não está mais lá. Finais são recomeços. Eu sei, é difícil de acreditar. É torturante esperar. Mas vai por mim, vai. Isso vai passar.
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