Me fingi de morta para tentar te esquecer. Me fiz de desmemoriada, de retardada, só não de suicida. Me fiz de forte, madura, resolvida. Aí me vi sonhando com você. Droga, cadê o controle do inconsciente? Saí mais, escrevi mais, me maquiei mais. Sorri menos. Não curti sua foto, curti minha vida, não compartilhei minha felicidade com você. Entenda, não foi falta de vontade. Foi racionalidade, foi amor próprio, foi não querer incomodar. E aí me acostumei, me acomodei. Dizem que se acomodar é ruim, mas nesse caso, discordo. Passei a me maquiar menos, e deixei que todos vissem a realidade sob minha face. Voltei a sair menos, e as minhas noites em casa também se tornaram não apenas toleráveis, mas agradáveis. Perdi um pouco do assunto da escrita, mas os textos ainda estão lá. E o sorriso? Esse anda normal, vagando por aí, sem esperar. Às vezes aparece, dá gargalhadas até doer, às vezes me olha de longe. Ele só não me deixa, nunca, sofrer por você.
O amor precisa ser livre. Se não for, simplesmente não será amor. O amor precisa ser livre como passarinho. Precisa poder voar. Precisa ter a liberdade de construir outro ninho. O amor precisa ficar porque quer estar. Não adianta muito ficar apenas porque as asas cortadas já não conseguem voar. O amor precisa ser livre - no início, no meio e no final - para que continue sendo amor, não posse. Precisa ser livre para poder se transformar, sem se prender em amarras. Só o amor livre consegue se transmutar em outras formas de gostar. O amor precisa ser livre, ainda que seja para voarmos para longe dele. É preciso perceber a hora de pousar, mas também a de ir embora. O amor livre é aquele que se alegra com os grandes voos do outro, mesmo que os ventos levem para outros caminhos. Gosto da metáfora do amor-passarinho: dos voos, dos ninhos, da beleza de poder ir, da sinceridade do querer ficar, da independência de conseguir planar sozinho. Meu amor-passarinho vive d
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