Lendo um daqueles textos que gosto, e ele começa a falar sobre um alguém especial. A delícia que é encontrar, a angústia da busca, o medo de deixar escapar. Eu sorrio sem perceber. Acho que encontrei o meu, finalmente.
Meu alguém especial se concentra em um metro e sessenta e três centímetros - e meio - de muitos sonhos. Meu alguém especial também já se frustrou por não conseguir realizar alguns desses sonhos, mas mantém seu sorriso, mesmo com os dentes da frente quebrados - doze vezes, acredite! - e o lábio inferior partido. Meu alguém especial não cuida muito do cabelo, mas sempre reclama que ele está inchado, amassado, que a cor está meio estranha.
Ela odeia salão, mas ama pintar as unhas com esmaltes vibrantes. Evita ao máximo usar salto alto, mas não abre mão da sandália gladiadora que faz suas pernas parecerem menos finas. Ama praticar exercícios, mas ama mais ainda a sensação do chuveiro forte sobre seu corpo depois dos abdominais, agachamentos e pulos.
Meu alguém especial já fez clareamento dental, mas acha que a melhor coisa para branquear os dentes é passar um batom bem vermelho e sair arrasando por aí. Ela acredita em signos, em sentimentos verdadeiros, em amores de uma festa só. Acredita principalmente na boa e velha conversa, mas não deixa de lado o poder de uma barriga lisinha. Ela gosta de rímel, não vive sem lentes de contato, mas acha que o brilho no olhar é o que mais ressalta a make.
Meu alguém especial está sorrindo para mim pelo espelho agora. Está na minha foto do perfil, está na minha casa, está em tudo que eu vejo. Demorei bastante para descobrir que meu alguém especial sou eu mesma. E sabe, aquele texto estava certo: sobre a angústia antes de me encontrar, sobre o medo de me perder, mas principalmente sobre como é delicioso saber tudo isso.
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