Um dia, não me pergunte quando nem por quê, você vai lembrar de mim. E acho que vai sorrir. Vai sim. Um dia talvez você esteja andando na rua, sentado no ônibus, assistindo a aula, sei lá. E aí eu também não sei o que vai acontecer. Talvez alguém tenha um sorriso parecido com o meu, use um perfume que eu costumava usar, talvez alguém fale com o meu jeito de falar. Ou talvez não seja ninguém. Talvez algo ao acaso te faça pensar. Se uma folha marrom cair sobre o seu casaco, e eu surgir na sua cabeça falando que amo o verão, mas que o outono é especial porque abriga meu aniversário, então talvez você lembre de maio e de como tudo começou. Ou de como não se começou nada, você escolhe. Talvez você veja uma caixa de chocolates suíços, e isso te faça lembrar da minha maior paixão de todas, e de como meus olhos brilham só de imaginar. Talvez, um dia você se machuque e lembre do quanto eu sou desastrada e apareço roxa sem nem perceber. E talvez você sorria ao lembrar das minhas expressões surpresas ao encontrar cada um desses hematomas. Talvez você lembre das minhas graças, dos meus trejeitos, dos meus gostos, das minhas histórias. Talvez você até se sinta nostálgico. Mas olha para o lado, vai. Tá vendo aquela menina ali? Ela tá doidinha para sorrir para ti. E sobre mim? Só quero que seja feliz.
O amor precisa ser livre. Se não for, simplesmente não será amor. O amor precisa ser livre como passarinho. Precisa poder voar. Precisa ter a liberdade de construir outro ninho. O amor precisa ficar porque quer estar. Não adianta muito ficar apenas porque as asas cortadas já não conseguem voar. O amor precisa ser livre - no início, no meio e no final - para que continue sendo amor, não posse. Precisa ser livre para poder se transformar, sem se prender em amarras. Só o amor livre consegue se transmutar em outras formas de gostar. O amor precisa ser livre, ainda que seja para voarmos para longe dele. É preciso perceber a hora de pousar, mas também a de ir embora. O amor livre é aquele que se alegra com os grandes voos do outro, mesmo que os ventos levem para outros caminhos. Gosto da metáfora do amor-passarinho: dos voos, dos ninhos, da beleza de poder ir, da sinceridade do querer ficar, da independência de conseguir planar sozinho. Meu amor-passarinho vive d
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