Pular para o conteúdo principal

Não vá com calma



Ei, menina. Você mesma, questionando seu jeito de viver e de lidar com os outros. Não questione tudo isso tantas vezes, não. No fim das contas, você fica doida de pensar e se perguntar, e os outros nem se importam com o que vão te falar.

Você já foi taxada de intensa demais? Faz parte. A maioria das pessoas prefere se manter na superficialidade. Ainda assim, não mude seu jeito pra tentar se enquadrar nesse padrão que não te pertence. É a sua essência. E é linda. Um dia, nesses esbarros loucos que a vida dá, você acaba se encontrando com gente tão intensa quanto você. Prepare-se para a explosão desses momentos.

Mas enquanto isso, nesses desencontros casuais, não aceite tantos "vá com calma" alheios. Vá na sua velocidade. Vá pelas batidas do seu coração. Vá com alma e vontade. Deixa essa preguiça de ser feliz pra quem não tem coragem.

Menina, tem algo de mim em você. Nesse não saber o que fazer, não saber o que querer, não saber como ser. Tem algo de muito indeciso e perdido. Tem uma angústia que te tortura. Talvez seja por isso que, no meio de toda essa confusão, quando parece ter certeza do seu próprio querer, você se joga assim - até sem perceber. Nessa cabecinha confusa, talvez as poucas vontades realmente claras sejam o escape da panela de pressão. E talvez você tenha razão.

A vida já é confusa demais para a gente ficar se questionando sobre as raras coisas sobre as quais temos certeza: que a morte um dia vem, que o passado já passou e que tudo que temos é o agora. Então aproveite agora, menina. Não vá com calma, só acalme esse coração. Vá do jeito que ele pedir: com cuidado, com alegria e com emoção. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Amor-passarinho

O amor precisa ser livre. Se não for, simplesmente não será amor. O amor precisa ser livre como passarinho. Precisa poder voar. Precisa ter a liberdade de construir outro ninho. O amor precisa ficar porque quer estar. Não adianta muito ficar apenas porque as asas cortadas já não conseguem voar.  O amor precisa ser livre - no início, no meio e no final - para que continue sendo amor, não posse. Precisa ser livre para poder se transformar, sem se prender em amarras. Só o amor livre consegue se transmutar em outras formas de gostar. O amor precisa ser livre, ainda que seja para voarmos para longe dele. É preciso perceber a hora de pousar, mas também a de ir embora. O amor livre é aquele que se alegra com os grandes voos do outro, mesmo que os ventos levem para outros caminhos. Gosto da metáfora do amor-passarinho: dos voos, dos ninhos, da beleza de poder ir, da sinceridade do querer ficar, da independência de conseguir planar sozinho.  Meu amor-passarinho vive d

Toda noite de insônia eu penso em te escrever

   Eu amava ouvir sua voz. E também amava ler suas mensagens e imaginar que estava ouvindo sua voz. Adorava o jeito que só você me chamava, as brincadeiras que só você entendia, as conversas que só a gente tinha. Eu escrevi tantos textos sobre você, e quase nenhum deles você chegou a ler. Tantas coisas eu pensei em te dizer, e você já não estava mais aqui para escutar.    Você sabe que eu costumo dormir fácil. Quando a aula está chata, quando o caminho é longo, quando ainda há dez minutos antes do próximo compromisso. Eu mal fecho os olhos e já estou dormindo. Mesmo assim, andei tendo umas noites de insônia, uns sonhos perturbados. Em quase todas elas, pensei em te escrever. Pensei em te contar da nova receita que eu aprendi, daquela minha amiga que terminou com o namorado babaca, da faculdade que anda uma loucura. Às vezes eu nem tenho nada para falar, mas ainda vem à cabeça aquele hábito antigo de pegar o celular, escrever nem que seja apenas “olá”.    Toda noite de insônia eu v

Nosso momento passou

   Já passou da hora de te dizer adeus. Já passou da hora de me virar, andar para longe sem olhar para trás. Já passou da hora de tirar suas fotos dos meus porta-retratos, de jogar as flores mortas fora, de tirar a água do jarro. Já passou da hora de guardar suas cartas, devolver o que você esqueceu em minha casa, quitar as contas dessa história.    Já deixei a hora passar algumas vezes, mas juro que agora é oficial! Coloquei no meu despertador e tudo. Preparei a sala, a mala e as lágrimas. Te espero com um jantar saboroso, um clima agradável, e te preparo para ouvir o que menos queria. Mas é que eu preciso. Nós precisamos, porque já não existe mais um nós vivendo sob isso tudo. Separei todas as suas coisas nessa mala, que assim você não precisa reviver os nossos momentos, nem os nossos ainda não-momentos, que não vão mais acontecer, só para recolher o que falta. Você não merece passar por esse sofrimento. Mas merece menos ainda ficar preso a algo que já deu tudo o que tinha de