Ops, não houve isso. Com as palavras de Caio Fernando de Abreu ecoando, com o corredor que virou transatlântico, com os lençóis que terão seu cheiro, com toda a história da bolha de sabão, do tempo que não passava e do suor que escorria, eu venho aqui lhe dizer: Quando você me deixar. Pois bem, quando você me deixar, que o faça de vez. Diga bem claro que é o fim, mostre a cara a tapa e explique a razão. Não ouse esperar que eu me arraste no chão, porque isso não acontecerá. Bata a porta atrás de si, saia rápido e demore um ano para aparecer novamente. Mas cuidado: antes de você me deixar, preste atenção. Recolha as suas coisas espalhadas, leve a sua escova de dentes, bote o lençol para lavar. Reviste a casa toda, tire as fotos dos porta-retratos, enfie as cartas no fundo do maleiro. Se puder, avise ao porteiro. Ele não precisa se preocupar quando ouvir um jarro quebrar. Pois então. Quando você me deixar, o faça por um bom motivo. E como bom motivo, não preciso de uma expli
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