Pessoas iô-iô. Não seja uma delas.
Eu tive um paquera que disse que não fazia ideia do que queria. Subestimei sua indecisão. Pensei que se resumisse ao pacote básico do jovem moderno: me sinto perdido no mundo, não entendo o sentido da vida, será que estou no lugar certo? Não era só isso.
Esse paquera tinha o péssimo hábito de falar alguma coisa, receber uma resposta, ignorar e nunca mais dizer nada sobre o assunto. E ele insistiu em fazer isso com alguém que detesta ser ignorada. Ele deixou de ser paquera. Mas ainda assim, vez ou outra, aparecia para dizer que estava vivo. E sumia deixando outra resposta no ar.
Uma dessas vezes, um texto do EOH apareceu no meu Feed: Faça amor, não faça jogo. Não era caso de amor. Mas também era tão desnecessário o joguinho... O escritor contou que uma de suas antigas paqueras sempre demorava quatro dias para responder o que quer que fosse. Um dia qualquer, ela mandou um "estou com saudades". Eu não saberia adjetivar a resposta dele: "aproveita o gelo que você vai me dar e me traz uma coca bem gelada". Eu amei. E parecia um sinal. Mas eu não bebia coca.
Fiquei pensando se esse cara merecia uma resposta tão criativa e divertida. Ele ia me achar doida? Com certeza. Eu ligava para isso? É claro que não. Ele era mais doido ainda? Parecia que sim. Mas quer saber? Para uma história com esse início aqui, essa frase daria um ótimo fim. Respondi.
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