Essa não é mais uma história de ficção. Não. Com a maior sinceridade do mundo, isso é um pedido de desculpas. Peço desculpas a todos que acreditaram em mim, a todos que me parabenizaram, a todos que me perguntaram sobre a continuação do meu livro. Sim, eu deixei brechas para que ela viesse, mas desculpem, ela não virá. A verdade é que toda essa história foi um sonho - e sonhos acabam. E, se o meu livro foi um sucesso nesse meu pequeno mundinho, ele foi, ao mesmo tempo, um fracasso no mundo real.
Sim, eu realmente ouvi que é muito bom, que está bem escrito, que a história é envolvente, que vão sentir falta das personagens. Pois bem, agora dou-lhes um motivo permanente para que sintam falta: elas não voltarão. Querer ser escritora foi uma ilusão que me rendeu dias maravilhosos - certamente o melhor de todos, o lançamento do meu livro, foi graças a isso - mas que agora me provoca angústias. Eu não tenho fibras para esse mundo. Eu não tenho persistência para continuar "correndo atrás". Eu não tenho ambição para ignorar as cinco caixas com mais de duzentos livros que continuam paradas na minha sala, ainda sem ponto de venda, e continuar pensando que o dia vai chegar.
É triste demais dizer tudo isso. É revoltante olhar para outubro e lembrar de tudo que eu mesma havia planejado, ou das comemorações a cada passo dado. É ainda pior pensar nos cinco anos que passei escrevendo, em todas as expectativas que criei, e em deixar tudo isso de lado agora. Mas me reservo o direito de desistir. Reservo o direito de, depois de esperar por oportunidades que não vieram e respostas que não vão chegar, reconhecer que meu talento é escrever, e não ser empresária, promover alguém, fazer contatos, buscar divulgação. Foi essa parte do mundo dos livros que acabou com a escritora apaixonada. Sinto muito.
E por que dizer tudo isso? Porque postei coisas tão minhas e íntimas aqui, porque tentei desenvolver meu sonho, e porque considero muito boa a resposta que tive aqui no blog. Não vou deixar de postar meus pequenos textos, mas tudo isso parece tão morto agora... Só me resta, pela última vez, pedir desculpas. E, pela última vez, tentar, com o que resta do sonho e da ilusão.
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