Os conformados não mudam o mundo. Por mais que isso possa parecer ruim, fico feliz que não seja um deles. Gosto do jeito que seus olhos brilham e suas mãos tremem quando deseja fazer algo. Gosto do jeito que a sua voz fraqueja e você se embola nas palavras na hora de propor as suas mudanças. Eu adoro o jeito que o seu coração deve bater assustado durante os picos de adrenalina.
Eu adoro seu eu revoltado. Amo quando te vejo indignado, quando segura uma lágrima para não chorar na frente de quem já sofre tanto. Gosto da mistura de medo e esperança que seus olhos demonstram quando encaram o céu. Gosto da forma meio desesperançosa com que reclama, como se nada de bom, de repente, pudesse acontecer. Adoro que você saiba que, realmente, de repente, nada acontece. Acho ainda melhor quando você chega a conclusão que, então, é preciso fazer algo, agora, para mudar a situação.
Eu gosto da sua angústia porque ela é cheia de indignação. Ela pondera riscos, mas não abandona o plano. Ela teme, mas não nega fogo. Nem foco. Sua angústia é a mais pura expressão da humanidade. E em você, ela transborda. Eu gosto da sua angústia porque ela é o prenúncio de algo forte. Ela não indica apenas sofrimento, mas inquietação: não dá para ficar parado e esperar a vida acontecer. Gosto do jeito como sente medo, como pensa em desistir e, mesmo assim, encara o medo de frente e ensina a ele como é ser a gente. Gente de carne e osso que tem momentos bons e ruins, mas não desiste de tentar ser feliz.
Gosto até das angústias mais bobas: quando se preocupa com as coisas pequenas, com o que as pessoas vão pensar ou passar. Você se importa, e é isso que importa no meio de tanta confusão. Você presta atenção. Adoro sua angústia porque ela também me faz querer mudar.
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