Inês era uma daquelas garotas
sorridentes, até numa segunda-feira, até às seis da manhã. Ela chegava antes da
aula, com seu andar saltitante, e perguntava a todos se estava tudo bem, sim,
muito obrigada. Inês tinha cabelos castanhos, que balançavam quando ela andava
animada, e olhos também castanhos, que brilhavam quando ela sorria. E ela
sempre sorria.
Inês era uma menina que se
dedicava a estudar. Queria mudar o planeta, melhorar as coisas, ajudar as
pessoas. Amava viajar. Ainda sonhava em conhecer o mundo, fotografar
sentimentos, explorar lugares e povos desconhecidos. Ela gostava de livros, de
séries e de filmes. Se imaginava como personagem, sentia tudo que eles poderiam
sentir. Adorava animais e plantas. Inês respirava natureza e leveza.
Inês gostava de roupas frescas,
com tecidos tão leves quanto a sua alma. Usava vestidos que balançavam com o
frescor do vento e da sua juventude, blusas que transpareciam tudo que ela era,
tudo que ela ainda desejava ser. O problema é que Inês deixou de ser.
Um dia, voltando para casa, sonhando com um bom banho e um pijama gostoso, Inês ouviu um grito. E não era apenas aquele grito, mas milhões de gritos de socorro que todo mundo já estava acostumado a ignorar. Inês levou um tapa, um murro, e outras violências que teria até vergonha de citar. E, quando apareceu no jornal, foi um daqueles tapas na cara da sociedade, que não a protegia como ela merecia. Inês levou vários golpes, à sua integridade física, à sua dignidade sexual, à sua alma, mas não adiantava chorar. Inês já estava morta.
Um dia, voltando para casa, sonhando com um bom banho e um pijama gostoso, Inês ouviu um grito. E não era apenas aquele grito, mas milhões de gritos de socorro que todo mundo já estava acostumado a ignorar. Inês levou um tapa, um murro, e outras violências que teria até vergonha de citar. E, quando apareceu no jornal, foi um daqueles tapas na cara da sociedade, que não a protegia como ela merecia. Inês levou vários golpes, à sua integridade física, à sua dignidade sexual, à sua alma, mas não adiantava chorar. Inês já estava morta.
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