Quem me conhece sabe o quanto eu mudei depois da abertura da Academia Vieirense de Letras e Artes. Quem me conhece sabe o quanto eu amo essa Academia, o quanto eu me orgulho de ter feito parte dessa transformação. Quem não me conhece talvez não tenha ideia do que estou falando, então vou explicar:
Em 2014, quando estava no terceiro ano do Ensino Médio, fui chamada para reabrir a Academia de Letras do meu colégio. Eu não fazia ideia do que isso significava, assim como nenhum dos outros dezesseis loucos e sonhadores que entraram de cabeça nesse projeto. Reabrimos a Academia (você pode assistir ao primeiro vídeo) e ela cresceu de uma forma que seria impossível explicar aqui. Abarcamos diversas formas de artes, crescemos em número de membros, em quantidade de apresentações, em maturidade de emoções (você pode ver o segundo vídeo, com o primeiro sarau de 2016).
Em 2015, um outro grupo se formou no meu colégio: o NEIMS, ou Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Minorias Sociais. O que é o melhor disso? Foi uma iniciativa de alunos. Não é um projeto que professores passam e as pessoas fazem simplesmente porque vale ponto. As pessoas fazem porque elas amam, porque acham importante, porque é fundamental discutir, expor, transformar.
Esses dois grupos de alunos, preocupados, apaixonados e inspirados, decidiram se unir e fazer um projeto sensacional: SobreVidas Severinas. Foi um mês de eventos, discussões, mesas de debate, exposições e saraus. Foi um mês de mobilização em prol da desconstrução de preconceitos, do incentivo ao ato de repensar e, principalmente, respeitar (você pode assistir o terceiro vídeo, com uma das ações que ocorreu no intervalo).
Como universitária em semana de provas, eu não sabia que o sarau de encerramento aconteceria hoje. Foi por um acaso do destino que, no dia, horário e local, eu estava no colégio e pude assistir a tudo que aconteceu. Eu não só assisti: eu me arrepiei, me emocionei, chorei. Eu repensei, sofri, me orgulhei. Quando tudo acabou, eu estava tão emocionada e orgulhosa que não conseguia pensar direito.
Eu não tenho como descrever aqui o que eu senti quando falaram dos privilégios de um menino branco. Não tenho como descrever os arrepios que senti por todo o meu corpo quando cantaram "A carne", de Elza Soares. Eu não tenho como explicar as lágrimas que brotaram nos meus olhos com a performance do Estupro dos Trinta e Três.
Eu não tenho como colocar em palavras o que eles fizeram hoje, não tenho como expressar tudo que eu senti: sim, e fiquei muito triste. Fiquei triste porque lidamos com pessoas que sofrem, pessoas que não deveriam passar por isso. Mas, acima de tudo, eu fiquei orgulhosa: fiquei extremamente orgulhosa, porque vi que o meu trabalho foi adiante, e ainda muito melhor. Fiquei feliz demais, porque eles me deram a esperança de um mundo melhor, em que as pessoas se preocupam com as outras.
Hoje eles fizeram história e, por favor, que ainda façam muito mais. Com todo o amor e a sinceridade do mundo e uma imensa gratidão, muito obrigada!!!
Você pode ver fotos das apresentações aqui: http://fotografiaavla.tumblr.com/
Essa é a página da Academia no site do colégio: http://www.colegioantoniovieira.com.br/grupos-e-associacoes/academia-vieirense-de-letras-e-artes/index.html
Vídeos:
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