Eu não sei o que a gente foi. Para falar a verdade, não sei nem se a gente foi alguma coisa. O que quer que a gente tenha sido, não sei por que a gente foi. Tudo parece tão estranho agora...
Acho que eu devo parecer uma pessoa completamente diferente. Você ficaria feliz em saber que, para mim, você com certeza é alguém muito diferente do que era. Se é que era mesmo assim, como eu conhecia, ou como achava que conhecia, ou como minha memória embaçada hoje imagina que fosse. Como será que você lembra de mim? Será que ainda lembra?
Eu não sei mais ao certo o que aconteceu com a gente. Por que tudo aconteceu, como aconteceu, ou por que simplesmente não estava acontecendo mais. Eu não sei quais partes são reais, quais são pedaços soltos das minhas fantasias repetidas.
Acho que eu não sei mais quem é você. Não faço ideia de por onde anda, o que faz, do que gosta, do que ri. Não faço ideia do porque, entre tantas qualidades e defeitos de milhões de pessoas aleatórias, fui me encantar pelas suas. Eu queria poder dizer que foi aquele sorriso que você deu naquela festa. Queria poder dizer que foi alguma coisa fofa que você disse, ou que foi algum lugar secreto que me mostrou. Queria poder descrever com detalhes de brilhos nos olhos, expressões faciais, sensações delicadas... Só que eu não consigo mais.
Eu não sei mais como foi. Agora tudo é uma lembrança mais vaga do que eu gostaria. Agora as memórias estão meio borradas, apagadas, esquecidas. Eu não sabia direito o porque das coisas. Agora não sei nem se elas precisam mesmo ter um. Eu não sabia de mais nada além do que eu queria. Hoje eu não sei nem se eu quero mais saber sobre isso.
Eu não sei o que nem se a gente foi. Não sei por que nem como foi. Mas, sinceramente? Não importa. Nada disso importa, porque não é mais.
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