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Mostrando postagens de maio, 2020

Por mim

Um dia você me disse Que me amava mais que tudo Que eu era a melhor coisa da sua vida Mas que eu não era A sua prioridade Aquilo doeu Nossa! Como doeu Logo eu Que atravessei o mundo Só pra te ver Logo eu Que tanto trabalhei Pra estar com você Você me disse Que por mais que quisesse Ficar comigo Para o resto da vida Você não abriria mão Da sua vida Para caber na minha Eu sofri E chorei E relutei E enfim Entendi Você estava certo Sobre tudo isso Sobre nós Sobre você Porque o ser amado Nunca pode ser A sua maior prioridade Ele precisa Vir depois de você Porque a minha vida Não podia se adequar Aos seus sonhos Às suas expectativas Às suas narrativas Eu não podia Colocar na sua vida O peso pela minha Não podia Nem devia Guiar os meus passos Pelos seus traços Eu não queria depender De ninguém Nem mesmo de você Mas sem saber Quase fazia assim Para evitar o fim

Toda mulher é uma fênix

Toda mulher forte já chorou No colo de uma mãe forte No ombro de uma amiga forte No escuro de uma cama protegida Em algum lugar escondido Ou no meio de uma multidão Toda mulher forte já chorou Por um coração partido Por um amigo perdido Por um sonho despedaçado Por um dia corrido Por um futuro não conhecido Toda mulher forte já chorou Pela solidão Pela incompreensão Pela pressão Pela indecisão E também pelo medo Toda mulher forte já chorou E já ouviu que deveria Engolir o choro Que não poderia Demonstrar fraqueza Que não devia Agir como mulherzinha E outras tantas coisas mais Mas nenhuma dessas pessoas percebeu Ou quis reconhecer Que chorar não faz Nenhuma mulher menos forte Que se emocionar não é Desistir Que até as fortalezas Desabam E que o mais importante é Ressurgir Toda mulher forte já chorou Levantou Enxugou as lágrimas Limpou o rímel borrado E saiu Para enfrentar Esse mundo complicado

Meninas de seis anos não deviam conhecer o amor

Quando eu era pequena as pessoas costumavam dizer que se um menino te pirraçava ele gostava de você E não importava muito Se ele te beliscava Se ele puxava suas marias-chiquinhas Se desmontava suas construções de lego Ou se te perturbava Tanto Tanto Até você chorar Ele gostava de você Era isso que costumavam dizer Para meninas de cinco anos Que ainda nem deveriam Sonhar com esse tipo de amor Meninas de seis anos Não deveriam conhecer Paixões avassaladoras Relacionamentos abusivos Chantagens emocionais Brigas de casais Violência Nenhuma mulher devia Mas meninas tão novinhas Não podiam passar por isso Meninas de seis anos Não deviam usar sutiã Não precisam (E alguma de nós precisa?) Não têm porquê E mesmo assim Por que compramos? E aquela menina de seis anos Se achando tão adulta Com seu sutiã combinando Uma peça de algodão Tão bonitinha e desnecessária Como tantos produtos que usamos Aquilo estav

Não se apaixone por mim

Era alguma noite quente de verão. Talvez quente e chuvosa. Eu não sabia direito o que acontecia da janela para fora. Estava suada e envergonhada. Enfiei minha cabeça no travesseiro e falei essas palavras como quem tem medo da própria fala. “Não se apaixone por mim”. Inconsequente. Apressada. Intempestiva. Tempestade. Verborrágica. “Você também não”. Ele riu. Eu ri também, ainda com a cabeça enfiada no travesseiro. O tipo de conversa que só se tem em um momento muito à vontade. O tipo de pessoa que fica à vontade quando não deveria e que morre de vergonha logo em seguida. Euzinha. Não conseguia encarar mais nada que não fosse o escuro do meu rosto encostado na fronha. “Estou falando sério”. Eu murmurei, como quem não tem coragem de falar o que já está saindo pela sua boca. Como quem sabe que vai se arrepender depois. Por que tão pensativa em quase tudo na vida, e do nada, às vezes, tão impulsiva? Não se apaixone por mim. Não é a melhor frase para um terceiro encontro. Talvez não s

Eu preciso voltar a escrever.

Eu preciso voltar a escrever. É isso que sei. Não sei sobre o que ou sobre quem. Talvez mais um sobre mim mesma. Talvez sobre uma eu que não conheço. Ou que nunca quis conhecer. Eu só PRECISO voltar a escrever. E tudo me diz que é isso. Preciso reencontrar a mim. No meio de tanto caos. No meio de tanto mal. No meio de tantos caminhos. Depois de tantos passos e redemoinhos. Tudo parece insistir. Volte a sorrir. Se deixe chorar. Não pretenda encantar. Mas encante. Sem nem perceber. Volte a escrever.