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Mostrando postagens de maio, 2016

A gente se perdeu no medo de arriscar

   A gente sempre tenta se preservar. Ninguém quer se machucar, ninguém quer expor suas feridas, ninguém se abre para novas mágoas. O problema é que, nessa de se proteger, a gente acaba ficando no meio do caminho. A gente evita as tristezas suprimindo as histórias, e acaba ficando sozinho. A gente não se dá a oportunidade de conhecer novas pessoas, não perdoa as antigas e, no fim, acaba tendo o teto do quarto como melhor amigo. A gente se permite apenas romances sem amores, frases sem verdade, conversas sem olhar. A gente não consegue permanecer na superfície, mas não se deixa alcançar a profundidade.    A gente sonha com amores eternos e ultrarromânticos, mas esquece que o romantismo tem muito de lágrimas. Para evitar as cicatrizes, a gente se enche de desculpas, de culpas e de proteções que, além das tristezas, evitam emoções. A gente sonha com liberdade, mas não passa muito de uma criança de playground: criada com bicicleta de rodinha, cotoveleira, joelheira e capacete. Nós s

Por menos Inês

   Inês era uma daquelas garotas sorridentes, até numa segunda-feira, até às seis da manhã. Ela chegava antes da aula, com seu andar saltitante, e perguntava a todos se estava tudo bem, sim, muito obrigada. Inês tinha cabelos castanhos, que balançavam quando ela andava animada, e olhos também castanhos, que brilhavam quando ela sorria. E ela sempre sorria.    Inês era uma menina que se dedicava a estudar. Queria mudar o planeta, melhorar as coisas, ajudar as pessoas. Amava viajar. Ainda sonhava em conhecer o mundo, fotografar sentimentos, explorar lugares e povos desconhecidos. Ela gostava de livros, de séries e de filmes. Se imaginava como personagem, sentia tudo que eles poderiam sentir. Adorava animais e plantas. Inês respirava natureza e leveza.    Inês gostava de roupas frescas, com tecidos tão leves quanto a sua alma. Usava vestidos que balançavam com o frescor do vento e da sua juventude, blusas que transpareciam tudo que ela era, tudo que ela ainda desejava ser. O prob