A gente sempre tenta se preservar. Ninguém quer se machucar, ninguém quer expor suas feridas, ninguém se abre para novas mágoas. O problema é que, nessa de se proteger, a gente acaba ficando no meio do caminho. A gente evita as tristezas suprimindo as histórias, e acaba ficando sozinho. A gente não se dá a oportunidade de conhecer novas pessoas, não perdoa as antigas e, no fim, acaba tendo o teto do quarto como melhor amigo. A gente se permite apenas romances sem amores, frases sem verdade, conversas sem olhar. A gente não consegue permanecer na superfície, mas não se deixa alcançar a profundidade. A gente sonha com amores eternos e ultrarromânticos, mas esquece que o romantismo tem muito de lágrimas. Para evitar as cicatrizes, a gente se enche de desculpas, de culpas e de proteções que, além das tristezas, evitam emoções. A gente sonha com liberdade, mas não passa muito de uma criança de playground: criada com bicicleta de rodinha, cotoveleira, joelheira e capacete. Nós s
Cadernos Vermelhos é a versão pública e virtual do meu fiel caderninho, companheiro de todas as horas e inspirações. Fique à vontade e desfrute de histórias, rimas e emoções.