Oito meses atrás, eu estava chorando, vermelha e com o nariz entupido, deitada numa cama alheia como se fosse a minha. Falava sobre como esse ano seria importante e difícil. Eu já sabia. Ao mesmo tempo, me culpava por ter perdido uma inscrição que achava que precisava fazer. Eu não sabia o quanto seria melhor poder fazer depois. Eu falava sobre como precisava decidir coisas fundamentais na minha vida, e como não tinha a mínima ideia do que fazer com elas. E chorava. Muito. Agora, oito meses depois daquela sessão de choro encarando o teto, eu continuo encarando a vida: qual o próximo passo? Qual caminho é melhor escolher? Por que ainda não tenho ideia do que fazer? Já tive mais outros momentos de choro por causa dessa indecisão. Já tive outros tantos momentos de choro por emoção. Realmente, tem sido um ano importante, difícil e cheio de tensão. Quando olho para trás, para aquele meu desespero, percebo que, ainda que tudo pareça tão confuso e perdido, é melhor não se desespe
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