Talvez isso seja um defeito. Talvez uma atrapalhação. Talvez seja quase uma quarta dimensão. O fato é que não sou tanto do agora. Uma parte de mim vive muito no passado: como foi, como teria sido, como poderia ter mudado, o que foi bom e poderia ser repetido, o que nunca deveria ter acontecido, o que eu fiz que deu certo, o que fiz que deu errado. Penso muito nos sorrisos já dados, nos abraços já recebidos e nas lágrimas que há tanto tempo já escorreram até secar. Outra parte de mim vive no futuro: como será, o que vai ter dado certo, quais escolhas serão melhores, será que vou me arrepender, será que vai ser bom, e se eu falar assim, e se não fizer isso, e a saudade que vou sentir? Consigo sofrer por coisas que nunca vão acontecer. Essa angústia entre passado e futuro, que não para muito no agora, tem me consumido aos poucos. Não sou boa em fazer grandes escolhas, e sempre fico pensando que escolher um dos caminhos é abrir mão das possibilidades infinitas que os out
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