Precisei abrir o computador antigo hoje. Sem perceber, me deparei olhando a pasta de fotos que criei em setembro de 2017. Eu tinha pouco tempo em Portugal. Tinha conhecido poucos lugares, poucas pessoas. Eu via beleza em tudo. Algumas fotos não têm um alvo específico ou um motivo especial. Às vezes, eu simplesmente achava um prédio bonito - e eram tantos deles! - que parava onde estivesse e tirava a foto. Mais tarde, mandava todas. Era a minha forma de compartilhar a beleza com as pessoas que eu amava. Estou sorrindo em todas as fotos que apareço. Mas na maioria, eu nem apareço. Não queria tanto me registrar. Queria guardar o que via, os olhares, o que sentia naqueles dias. Foi uma sensação de liberdade que eu nunca tinha experimentado. Eu não tinha muitos planos: andava por onde o coração parecia querer me levar. Entrava nos becos, sem medo, olhava as casas, tentava absorver suas cores. Meus olhos brilhavam. Eu me permitia experimentar as coisas, de uma forma que não conhecia
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